Conta-se que existiu uma grande fazenda perto de nossa cidade, mais aproximadamente, nas imediações da Estação da Viação Férrea. A respeito de seu cavalo, o povo narra esta história:
O proprietário dessa fazenda era senhor de uma grande fortuna que conseguira reunir, no decorrer dos anos.
O fazendeiro orgulhava-se, não só da vastidão de suas terras e da riqueza que possuía, mas, em especial, era motivo de sua estima um cavalo branco muito fiel, único amigo em quem confiava.
Certo dia, ele precisou fazer uma viagem e fico muito preocupado, pois achava que iriam roubar o que lhe pertencia.
Então, ele colocou toda sua fortuna, tudo o que tinha de precioso, numa caixa e saiu com o cavalo, até uma figueira – que dizem existir, ainda, perto do Cantegril Clube. Ali, enterrou a caixa e deixou o cavalo vigiando, porque não confiava nos agregados.
Ultimou os preparativos e, certa madrugada, deixando o cavalo branco cuidando do tesouro, saiu a viajar por este mundo de Deus.
Passou-se muito tempo. Os invernos se sucediam... O fazendeiro não voltava. Mas o cavalo fiel ali permaneceu...
Provavelmente, o homem morreu em viagem, pois a verdade é que nunca mais voltou. E o cavalo terminou morrendo também.
No entanto, sua vigilância continua, mesmo depois de morto. Se alguém tenta se aproximar do local e retirar o tesouro que dorme sob as raízes dessa figueira, aparece, numa visão, o cavalo branco, empinado nas patas de trás e ameaçando matar aquele que desejam se apropriar do que pertencia a seu amo.
Conta-se que, nas sextas-feiras, após a última badalada da meia-noite, pôde o fiel cavalo ser visto nitidamente, com seu pelo branco, afugentando as pessoas desse local. Por sua fidelidade ao patrão, chamam-no de o “Cavalo Imortal”, pois que ainda parece esperar que um dia o velhinho volte para suas terras.
Por Talia Teresinha Frank, registrado na obra "Montenegro de Ontem e de Hoje"
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