Dica de Leitura: Noite de matar um homem


Ler um conto de Sergio Faraco equivale a uma viagem intimista e muitas vezes perturbadora ao âmago mais profundo do que costumamos chamar de homem. Isso é sobretudo verdade nos contos desta antologia. O estilo é depurado, nu, impiedoso. Os personagens, almas insólitas, a um só tempo desconfortáveis e maravilhadas pelo encantamento do existir. As viagens, melancólicas como o horizonte pampeano, e o sexo, uma experiência definidora de marcante carnalidade. A paisagem fronteiriça do sul do Rio Grande do Sul coloca os protagonistas frente a frente com o vasto e perigoso mundo e, graças à habilidade narrativa do autor, serve de trampolim para se atingir o universal. Em Noite de matar um homem, estão reunidos 16 dos melhores contos do autor. Publicado primeiramente em 1986, com 12 contos, entre eles os célebres Travessia, Hombre e Noite de matar um homem, o volume é agora acrescido de quatro novas narrativas, A sagração da noite escura, Aventura na sombra, Velhos e o sensacional O céu não é tão longe, nos quais os sentimentos de desamparo e de solidão são conduzidos ao extremo. Com ecos de Tolstói, Guimarães Rosa e Borges, aqui estão para o leitor alguns dos melhores textos de um dos mais renomados contistas brasileiros textos para serem sorvidos e relidos, palavra por palavra.

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