Personagem da Rua: Chiquito Coutinho


José Francisco de Oliveira Coutinho, conhecido popularmente por Chiquito, pertencia a uma das antigas e tradicionais famílias montenegrinas. Nasceu em 11 de novembro de 1885 em Faxinal e faleceu em 26 de março de 1965. Era filho de João Machado Coutinho e Tereza de Oliveira Coutinho. De seu enlace matrimonial com Bernardina Machado, nasceram cinco filhos: Maria, Carmela, João, Ceci e Nereida.
Chiquito foi, por muitos anos, funcionário da Exatoria Estadual desta cidade. O jornalista Mário Inácio, referindo-se a Chiquito em “O Progresso” de 24 de agosto de 1968, assim se expressou: “Chiquito, o velho tradicionalista, foi o primeiro patrão e fundador do antigo Vinte de Setembro (CTG) e o primeiro entre nós a cultivar as tradições dos pagos”.
Chiquito conhecia a fundo as velhas danças gaúchas e tinha prazer em ensiná-las às novas gerações. Conhecia, também, o viver campeiro, os trabalhos com a criação de gado e era exímio laçador. Gostava de contar “causos” de outrora. Enfim, era um gaúcho autêntico no linguajar, na indumentária, no trato, no caráter.
Chiquito era muito bem relacionado em nossa cidade e um dos mais antigos moradores. É patrono da Rua 6, no bairro São Pedro, conforme Lei número 2083 de 5 de dezembro de 1977, da Prefeitura Municipal.  
Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Carlos Frederico Köhler


Carlos Frederico Köhler nasceu na cidade de São Leopoldo em 22 de julho de 1889. Era filho de Guilherme Köhler e Antonieta Huhnfleisch Köhler. Casou-se com Adolfina Guilhermina Koetz, havendo desta união surgido quatro filhos: Erna, Lúcia, Wanda e Egon. No inicio do século, transferiu residência para Montenegro. Logo após, seguiu para a Europa a fim de cursar a Real Escola de Relojoaria em Glausshütte, Saxônia, atual Alemanha.
Retornando a Montenegro, em 15 de setembro de 1908, juntamente com o seu pai, Guilherme Köhler, fundou a firma C.F. Köhler & Cia., dedicando-se a ramo jóias relógios, ótica e artigos para presentes, como importador e varejista. Foi o primeiro relojoeiro diplomado estabelecido em Montenegro. Em 1929, após novos estudos e estágio em Berlim, Alemanha, tornou-se o primeiro ótico diplomado a exercer esta atividade na cidade.
Envolvido com a vida comercial, desempenhou atividades múltiplas nas sociedades locais e na Comunidade Evangélica. Faleceu no município de Montenegro em 11 de julho de 1940 com a idade de 51 anos.
Carlos Frederico é patrono da Rua 2, no bairro Panorama, conforme Lei número 2083, de 5 de dezembro de 1977, da Prefeitura Municipal.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Carlos Hofstätter


Carlos Hofstätter nasceu em Nühermemingen, na Alemanha, em 11 de fevereiro de 1909. Chegou ao Brasil em 9 de maio de 1933, fixando residência em Porto Alegre.
Casou com Hilda Melida Leipelt em 20 de fevereiro de 1937, na cidade de Montenegro. Deste enlace matrimonial nasceram dois filhos: Carlos Frederico e Carmem Marly. 
Naturalizou-se brasileiro em 27 de junho de 1950. Em julho de 1951 transferiu residência para Montenegro, associando-se à tradicional firma “Indústria de Móveis Petry”. Durante muitos anos dirigiu e remodelou a firma “Arte Móveis Indústria e Comércio”, da qual foi membro atuante até a data de seu falecimento, em Montenegro, aos 27 de maio de 1985. 
Além do trabalho nas empresas citadas, Carlos Hofstätter presidiu o Rotary Clube Montenegro nos anos de 1965 e 1966. 
Para homenagear o industrialista que contribuiu para o progresso e desenvolvimento de Montenegro, a Prefeitura Municipal denominou Travessa Carlos Hofstätter à travessa compreendida entre as ruas Capitão Porfírio, Montevidéu, Esperança e Ladeira, conforme Lei número 2423, de 20 de junho de 1986. 

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Carlos Gustavo Jahn



Carlos Gustavo Jahn nasceu em Montenegro em 10 de abril de 1988. Era filho do Maestro Jahn e de Guilhermina Keller Jahn. Casou-se com Verena Enck e tiveram os filhos Gerta e Carlos Gustavo. Industrialista foi, por longos anos, proprietário da Cervejaria Gustavo Jahn & Cia Ltda., fundada por seu pai.
Havendo o Intendente Municipal Doutor Egídio Hervê renunciado ao cargo dois anos antes do final de seu mandato, Carlos Gustavo Jahn foi eleito para completar esse período, que se estendeu de 12 de outubro de 1930 a 6 de setembro de 1932.
Em 1932, promulgada a nova Constituição, foi reeleito. E, após o golpe de 1937, novamente esteve à testa da Administração Municipal, gerindo-a até 1940, perfazendo um total de 10 anos e 4 meses no Governo do Município.
Em sua gestão, deu atendimento à conservação de estradas e ao melhorando de ruas da cidade. Iniciou a construção da Usina Elétrica junto ao cais do porto. Para aumentar a capacidade da mesma, adquiriu um motor de 600HP com as respectivas instalações, a fim de poder satisfazer as exigências sempre maiores de novos pedidos de ligação de luz e força e conseqüentemente incentivar a vinda de outras indústrias. Reformou a rede elétrica da cidade e iniciou a eletrificação rural. Contribuiu para a construção do Paking-House. Deu decisivo apoio à construção do Hospital Montenegro. 
Construiu no centro da cidade, moderna e artística praça, contribuindo, desta forma, para o embelezamento e proporcionando à população o contato saudável da natureza.
Em seu governo, em 1936, foi elaborada a Lei Orgânica do Município. No setor educacional, conseguiu auxílio financeiro do Estado para a construção do Grupo Escolar Delfina Ferraz e intensificou o ensino no interior do Município. No setor econômico, restaurou as finanças municipais.
Na área política, era filiado à União Democrática Nacional (UDN), tendo presidido o seu Diretório.
Integrou a Diretoria do Clube Riograndense como secretário nos anos de 1921 e 1922 e como presidente, em 1930. Desde a idade de 12 anos, fazia parte da “Grande Orquestra Gustavo Jahn”, fundada por seu progenitor. Carlos Gustavo Jahn faleceu e 4 de janeiro de 1965 em sua terra natal. 
Por Lei número 1699/66, seu nome foi dão a uma das ruas de Montenegro pelos relevantes  serviços prestados ao Município.


Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua

Personagem da Rua: Carlos Dietrich


Guilherme Emanuel Carlos Dietrich era filho de Felipe Dietrich e Berta Kern Dietrich. Nasceu em 16 de maio de 1889, em São Lourenço do Sul, então distrito de Pelotas.
Órfão de pai aos 12 anos, transferiu residência para Estância Velha, onde aprendeu a profissão de curtidor de couros.
Ainda moço, mudou-se para o município de Montenegro. Exerceu sua profissão na localidade de Faxinal, no curtume de propriedade de Carlos Heinz.
Casou-se em 15 de julho de 1912 com Berta Amália Heinz. Do casamento nasceram os filhos Arno, Walter, Osmar, Lauro, Oscar e Rudi.
Educou, desde os primeiros dias de seu nascimento, a sua afilhada Margot Ermel.
Por conveniência, foi fechado o curtume do Faxinal. Em seguida, junto com Carlos Heinz e Frederico Heller Sobrinho, foi construída a firma Dietrich, Heinz & Cia. Passou a explorar o antigo curtume fundado nesta cidade por Pedro Koetz. Mais tarde a razão social foi alterada para Curtume Montenegro Ltda.
Foi um dos pioneiros na exportação de couros de porco curtidos para os Estados Unidos da América.
Após quase 60 anos de trabalho constante, decidiu se aposentar. Sempre batalhou e participou, dentro de suas possibilidades, das iniciativas em favor da comunidade montenegrina. Nas horas de lazer, dedicava-se ao esporte de caça, tendo participando dos grupos “Clube dos 12”  “Mouros”.
Faleceu em Montenegro em 30 de março de 1963. Patrono da rua 7, no antiego bairro Flor do Sul, conforme Lei número 2083, de 5 de dezembro de 1977, Prefeitura Municipal.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Carlos Corrêa da Silva


Carlos Corrêa da Silva nasceu em Santa Maria, no dia 15 de outubro de 1888. Filho do renomado engenheiro João Corrêa da Silva, Carlos trabalhava com o pai na construção de estradas de ferro e de rodagem e também na construção do Cais do Porto de Montenegro desde os dez anos de idade.
Estudou Engenharia na Europa por quatro anos, retornando por solicitação do pai para fazer parte da firma João Corrêa e Filhos, fundada em 1911. Sua família construiu a estrada de ferro Taquara-Canela, considerada pelas maiores autoridades da época como irrealizável, em vista da subida das escarpas da serra. Por um sistema de manobras, conseguiram fazer com que um trem chegasse em Canela em 1922.
Atuou como prefeito de Júlio de Castilhos e, por convite do general Cordeiro de Farias, exerceu esta função em Montenegro no período de 1940 a 1943, no auge da 2ª Guerra Mundial. Em meio às dificuldades do holocausto, realizou obras como a nova usina termelétrica, reconstrução da estrada Buarque de Macedo e novas redes de energia elétrica em várias áreas da cidade, além de reequipar a frota de veículos da Prefeitura. Faleceu em Porto Alegre no dia 3 de julho de 1976.
Teve uma rua batizada com seu nome em 5 de dezembro de 1977, conforme Lei n° 2083, da Prefeitura Municipal de Montenegro.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua

Personagem da Rua: Capitão Machado



Antônio Machado de Souza era filho de Antônio Machado de Souza e Ana Joaquina de Oliveira. Nasceu em Capela do Rio dos Sinos, São Sebastião do Caí, em 1º de fevereiro de 1808. 
Casou-se com Bernardina Rodrigues da Rosa. Desta união nasceram os filhos Antônio, Manoel, Emília, Bernardina, Virginia, Leocádia, João Antônio, Hortêncio, Pedro, Israel, Maria Eulália, Luís, Ana e Belo. Segundo o historiador Doutor Antônio Carlos Fernandes Rosa, bisneto do homenageado, o Capitão Machado foi um dos primeiros colonizadores de Montenegro e Herói da Guerra dos Farrapos, onde lutou contra as forças imperiais (1835-1845). 
Em 1864 devassou toda a vastidão da Serra Geral, desde Montenegro até os Campos de Cima da Serra, lutando com bugres, abrindo picadas. Chegou a um lugar a que deu o nome de campos dos Bugres, onde se edificou depois a progressista cidade de Caxias do Sul. Galgando ásperas montanhas, voltou algumas vezes ao Campo dos Bugres. Ampliou seus conhecimentos com estas explorações, vindo abrir um pique entre Montenegro e São Francisco de Paula. Parte deste pique serviu de base para a construção da estrada Buarque de Macedo. Antônio deixou uma tradição de bravura, bondade e caráter. Faleceu no ano de 1879, aos 71 anos de idade. Em 1880 recebeu homenagem póstuma quando uma rua da cidade recebeu o seu nome. 

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Capitão Porfírio


Porfírio das chagas Cidade residiu em Montenegro por longos anos, estabelecendo-se, a princípio, com casa comercial. 
Em 1872 ocupou o cargo de Delegado da Instrução Pública da localidade. 
Em 1873, quando Montenegro foi elevado à categoria de vila, Porfírio das Chagas Cidade candidatou-se a Vereador na primeira Câmara, perdendo a eleição por diminutivo número de votos. Destacou-se como chefe do Partido Conservador. Em 1880 foi nomeado primeiro Suplente de Juiz Municipais. Nesta qualidade, em 1892 assume o exercício interino de Juiz de Direito. 
Por ato número 579, de 14 de julho de 1891 é nomeado Tenente Coronel Comandante de 62° Batalhão da Infantaria da Reserva (Guarda Nacional). 
Em sua homenagem, ainda em vida, por Ato de 24 de dezembro de 1890 a rua da Baroneza teve seu nome mudando para Capitão Porfírio. 

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Capitão Fernando Schneider


Fernando Schneider (Carl Ferdinand Schneider) nasceu em 31 de julho de 1825, em Stralsund, Pomerânia. 
Veio para o Brasil e foi residir em Porto Alegre, onde faleceu a 23 de novembro de 1888. Por ocasião da Guerra do Paraguai, em 1865, Fernando Schneider, ex-segundo Tenente de Artilharia da Legião Alemã, recebeu autorização do Presidente da Província do Rio Grande do Sul para organizar e comandar um pelotão de voluntários alemãs,com elementos de Porto Alegre e São Leopoldo. 
A “Bateria Alemã”, como era conhecida, sobressaiu-se por ótimo preparo, exemplar disciplina e tática de guerra, o que levou Fernando Schneider a receber, por várias vezes, elogios do Imperador D. Pedro II. 
Por ato do Presidente da Província, foi nomeado Capitão da Artilharia.
Gravemente ferido numa explosão, em fins de 1866, Fernando Schneider deu baixa antes do término da guerra, regressando a Porto Alegre, onde ainda formou nova “Bateria”, porém não a comandou por não ter mais condições de voltar qao campo de luta.
Para homenagear o bravo combatente, Montenegro deu o nome Fernando Schneider a uma das ruas do bairro São Pedro, conforme Lei número 1704/66.
Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Dica de Leitura: Medicina da Alma



Nunca houve tanto investimento nem tecnologia aplicados ao diagnóstico e tratamento de enfermidades. Apesar disso, os casos sem solução não parecem diminuir. O que está havendo? Com a experiência de quem foi físico nuclear e médico, o espírito Joseph Gleber, desencarnado no Holocausto e hoje atuante no espiritismo brasileiro, disserta sobre a saúde segundo o paradigma holístico, enfocando o ser humano na sua integralidade. De posse das ferramentas da doutrina espírita, aborda os chacras, as propriedades dos corpos espiritual, etérico e mental, a obsessão e o tratamento das inúmeras patologias que têm sua origem na dimensão extrafísica. Tudo isso sem descuidar de analisar a influência de atos, palavras, idéias e emoções na vida humana, mostrando com clareza que os preceitos de Jesus são, na verdade, um tratado de restabelecimento da saúde humana em seu nível mais amplo.

Fonte: Saraiva

Recordando a história: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 7







Segue minha coluna publicada no Jornal "O Progresso" desta semana. As fotos foram obtidas na Internet, mas estão publicadas no livro "As Vítimas do Bugre", de autoria do Mons. Matias José Gansweidt e reeditado pelo professor Valdomiro Sipp. Gratidão aos dois.

Depois de vencerem o arroio Marata, os índios deixaram de ser perseguidos pelos colonos. Iniciaram uma difícil caminhada, subindo novamente ao planalto. A jornada consumiu cinco dias. Voltaram a mesma taba que haviam deixado ao iniciarem a peregrinação. Encontraram vestígios da presença de homens na aldeia, durante sua ausência. 
Abro um parêntesis para esclarecer que, depois que Luiz Bugre esteve na aldeia e os indígenas se colocaram em movimento, ele foi procurar os colonos e os policiais, dispondo-se a auxiliar na segunda expedição de resgate que foi montada. Ele os conduziu até a taba, que sabia vazia. Por isso está canoa de resgate também fracassou e outras não foram mais formadas.
Novamente na aldeia, a vida retomou ao seu normal. Incursões de caça, pesca e coleta de frutos e raízes traduziam as atividades cotidianas. Ao anoitecer de um determinado dia, ouviram um intenso alarido, vindo da mata. Bem armado, um grupo de índios foi designado para observar o que acontecia. De repente, foram surpreendidos: Da direção oposta surgiu um grande número de índios – eram caingangues do norte, inimigos destes que diziam ser do sul. Os nativos do norte atacaram a aldeia, sem dó nem piedade, colocando fogo nas ocas, espalhando o terror. Muitos índios foram mortos, de lado a lado. 
A refrega ia adiantada, quando o cacique do sul fez uma proposta ao do norte, para acabar com a mútua carnificina. Um duelo entre dois guerreiros, um de cada lado. A proposta foi aceita e o encontro marcado para o outro dia ao nascer da claridade. Se os do sul perdessem, os outros poderiam levar as coisas de valor e alguns prisioneiros (as); ao contrário, os do norte iriam embora, deixando prisioneiros.
No outro dia, ao nascer do sol, os dois contendores estavam a postos: o filho do cacique do sul e um forte guerreiro do norte, ambos armados com tacapes. Iniciada a luta, a troca de golpes, os ferimentos e hematomas foram mútuos, mas sem gravidade. Com um golpe violento de tacape, o do sul desarmou seu opositor e envolveu-o um violento abraço; a luta continua corpo-a-corpo. Num jogo de braço o do norte projeto o outro ao chão, tentando apanhar a clava para o golpe final. O sulista rapidamente se recompôs agarrando o contendor pela garganta, com as duas mãos, sempre pressionando. Os olhos do adversário saem das órbitas e advém a morte. Os do sul gritam de alegria; o combinado acontece e os do norte seguem seu caminho de volta.
Sobreveio violento temporal e muito frio; com as ocas queimadas, tiveram que improvisar abrigo. Valfrida e os dois filhos abrigaram-se sob a copa das árvores, apenas envoltos em pelegos. A proteção foi insuficiente e ficaram muito molhados. No dia seguinte Valfrida começou a sentir-se mal e Lucila a cuidou da melhor forma possível. Jacob foi colher frutos e as duas ficaram sozinhas, em lugar mais afastado da aldeia destruída. Como ninguém observava, resolveram fugir, mas foram encontradas e conduzidas de volta à taba.
Luiz Bugre retornou ao acampamento depois da luta. Observou Valfrida enferma e soube da tentativa de fuga. Foi ter com o cacique; depois, voltou com seis índios foi até onde ela estava e falou: - “Esta é a mulher”! Imediatamente os acompanhantes agarraram Valfrida e a conduziram para o interior da mata. Lucila tentou impedir e recebeu um forte golpe que a projetou ao solo inconsciente. Recuperou os sentidos e seguiu os captores, escondendo-se. Por isso a tudo presenciou.
Os índios cercam Valfrida e passam a golpeá-la com varas flexíveis e de regular calibre. Ela recebe tantos golpes que cai desfalecida. No chão, ainda desferem vários pontapés. Depois amarram-na pelos braços ao tronco de uma árvore. Nesta posição é atingida por diversas flechas. Os algozes abrem uma vala e jogam nela o corpo de Valfrida, cobrindo depois.
Triste o fim de Valfrida Versteg; tudo movido pelo ódio de um bugre, que não admitia ser chamado de “Luiz Bugre”. A filha Lucila a tudo presenciou e chorava em silêncio, para evitar ser descoberta. Quando possível, voltou para a aldeia e permaneceu curtindo a sua dor e esperando pela volta do irmão. Na próxima semana o último capítulo desta história. Desejo a todos UM FELIZ NATAL.

Fonte: Facebook e Coluna do Jornal O Progresso de 21 de dezembro de 2017.

Recordando a história: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 6




Na taba, a notícia da chegada de prisioneiros brancos correu de oca em oca e todos vieram apreciar os recém chegados. Eles foram expostos no centro do pátio fronteiro à construção maior e os índios os envolveram num círculo. Depois da pública exposição, o Cacique chamou uma velha índia, de cabelos brancos e pele enrugada, confiando-lhe os prisioneiros. Levou-os à última oca da aldeia, onde já dispostas algumas redes e pelegos. Aquela seria a sua morada doravante e a índia, de nome Ceji, a permanente guardiã dos três. 
O tempo foi passando e as esperanças de um resgate esmorecendo. Certo dia, um grande cachorro adentrou na oca e apanhou um pedaço de carne. Uma índia tentou impedir e o animal derrubou-a, provocou ferimentos pelo corpo. O Pajé foi chamado para tratar da moribunda. Os espíritos lhe orientaram que o animal fosse morto; assim a cura seria facilitada. Foi, então, que Valfrida descobriu o dono dos animais: LUIZ BURGRE. Foi ter consigo, fez algumas ponderações para serem salvos, prometendo que nada falaria sobre a sua participação. A resposta foi uma grande risada e um total descrédito.
Na reunião de Luiz Bugre com os índios do Conselho, restou um acerto: No dia seguinte todos da aldeia marchariam em direção ao sul. Assim realmente aconteceu; os índios armazenaram os seus pertences, utensílios e armas e levantaram acampamento, seguindo um novo rumo, passando por detrás da hoje cidade de São Pedro da Serra, seguindo os contrafortes, em busca da planície, passando por águas correntes, cheias de peixes, e animais selvagens próprios do planalto.
Nesta longa caminhada, seguidamente paravam por alguns dias para pescar e caçar. Foram muito felizes na pescaria, que faziam de maneira peculiar: apanham vermes e os amarram na ponta de uma longa vara. Quando o peixe subia para apanhar o verme, os índios disparavam flechas e os transfixavam. Os peixes mortos vinham à tona na superfície e eram apanhados. 
Tanto na pescaria quanto na caça, os animais mortos pertenciam ao grupo; depois de limpos eram divididos, de acordo com o número de pessoas de cada família. Descendo por uma região de morros, bastante acidentada, os índios chegaram a um vale, pelo qual corria um arroio. Acamparam ao longo do curso d’água. Ao entardecer ouviram barulho de animais descendo os morros e chegar a um fundo poço do arroio. Eram animais de grande porte, alguns chegando ao peso de 300 quilos. Eles só observaram.
No outro dia, instalaram-se na floresta, num semicírculo envolvendo o poço do arroio. Quando os animais chegaram e entraram na água, os índios apareceram e flecharam os bichos – chamado de tapir, mas em nossa terra conhecido como ANTA. Mataram vários e tiveram muito trabalho para tirarem as antas da água até a barranca do arroio.
Os animais foram eviscerados e sua carne dividida, conforme a necessidade. Grandes fogos foram acessos, possibilitando fosse assada. Este lugar depois ficou conhecido pelo nome de Poço das Antas, hoje município. Ali permaneceram por cinco sóis e depois seguiram ao leste.
Para Jacob, cada dia que passava, servia para engrandecer o seu conhecimento sobre a mata e os animais. Já sabia manejar o arco, com boa pontaria. Permitiram-lhe sair pela mata, para coletar frutos e raízes comestíveis. Sempre trazia frutinhas que dividia com as crianças, conquistando a sua amizade. Por isso, era informado, pelos pequenos, de tudo que se passara na sua ausência. Subindo e descendo morros, chegaram a um lugar chamado Marata, onde encontraram uma corrente d’água e uma grande roça de mandioca. 
Montaram acampamentos nas proximidades e foram coletar raízes. Em plena lida, ouviram barulho e o disparo de uma arma de fogo. Como estavam em pequeno número, não se aventuraram mais à frente. Recolheram-se, com o suficiente em mandioca para a refeição noturna. Voltaram no outro dia, com um número maior; Depois de algum tempo colhendo, novo barulho assustou-os; eram cães e pessoas se aproximando. Os disparos começaram; alguns indígenas foram atingidos.
O colono era um homem previdente e contava com a ajuda dos vizinhos e seus agregados, todos bem armados. Impossível enfrentar tanta gente e armas. Os índios fugiram, levando consigo os feridos. Recolheram seus pertences e puseram-se em marcha. Ainda perseguidos, foram obrigados a vadear o arroio Marata, e seguir em direção nordeste. 
Nestas andanças, Jacob salvou um filhote de coati de ser morto e assado, como aconteceu com a mãe e os outros irmãos. Cuidou do bichinho e criou um laço muito forte de afeição e amizade. O coati dormia com Jacob e o acompanhava por todas as andanças. Ele ensinou o bichinho a apanhar frutinhas, as quais distribuía. Chamou o coati de “Meu benzinho”.

Fonte: Facebook e Coluna do Jornal O Progresso de 15 de dezembro de 2017.

Recordando o passado: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 5



Ao voltar do Caí, Lamberto encontra sua morada totalmente destruída pelas chamas; sua família desapareceu, sem deixar rastro ou evidências de fuga. O simples correr d’olhos assegurou-lhe a autoria da tragédia: os bugres, pelas flechas e outros instrumentos indígenas entre os escombros. Estas circunstâncias o induzem a acreditar em rapto dos familiares e por isso, parte em busca de ajuda e empreender incursões de resgate. 
Já entre os bugres, Valfrida e os filhos Jacob e Lucila tiveram que acompanha-los por dentro da densa floresta; primeiro foram carregados e ao depois tiveram que caminhar, sempre empurrados e vergastados pelos captores. Valfrida tentou retardar a caminhada, acreditando num pronto resgate. Foi duramente açoitada com um ramo de espinheiro e agredida no rosto. Brota o sangue e as feridas ardem como fogo. De repente, resolveu deixar vestígios, rasgando a barra da saia e espalhando pedaços do tecido ao longo do trajeto. 
As duas crianças também foram duramente castigadas, especialmente os membros inferiores. Vários cortes nos pés e pernas, deixam-nas entumecidas e ensanguentadas. Mesmo assim são continuamente empurrados e obrigados a seguir em rumo ao desconhecido. Valfrida estava certa de que o socorro logo chegaria e por isso incentivava os filhos a seguirem e não se oporem aos bugres. 
Ao entardecer chegam a uma clareira e os índios dividem-se na execução de diversas tarefas, como se tudo antes já estiveram pré-determinado. Um assentou pedras, formando uma espécie de fogão; outro esfregou um pedaço de pau seco em um pedaço de madeira, criando uma chama pela fricção. Logo surgiu o lume e depuseram nesgas de carne num braseiro, depois cobertas com ervas aromáticas. 
O cacique ficou próximo dos raptados e observou atentamente os seus pés, em cujas plantas haviam inúmeros cortes que dificultavam a caminhada. Então chamou cinco índios e lhes determinou alguma coisa. Fizeram uma nova fogueira, com muita lenha. As vítimas esperavam pelo pior. De repente, foram apanhados, deitados ao chão; erguidas as pernas, passaram a fazer diversos e dolorosas incisões na região plantar. Então apanharam a lenha em fogo e cauterizaram os inúmeros cortes. Ao depois, os pés foram cobertos com uma resina, criada pelo triturar de algumas espécies de folhas e frutos e amarradas com embira.
A dor foi lancinante; Valfrida e as crianças choravam e gritavam; receberam água fresca para tomar e, aos poucos, a dor dos ferimentos foi acalmando, até cessar completamente. Depois de comerem carne, os três dormiram calmamente sob o abrigo das árvores.
No outro dia seguiram a caminhada. Valfrida sentiu a apreensão de alguns índios e imaginou que o socorro não demoraria por chegar. Foram subindo, sempre e cada vez mais. Ao entardecer o céu escureceu, em prenúncio de um temporal. Os bugres os fizeram entrar em uma grande gruta, no local hoje conhecido como Salto Ventoso, na atual Farroupilha. Lá dormiram, protegidos da chuva, mas não do vento frio e enregelante. 
Se alguma expedição de resgate andou pela periferia de onde estavam, a ninguém encontrou; os índios souberam valer-se de artimanhas, próprias de quem conhece a região de matos, para despistá-los. Após a chuva continuaram caminhando e sempre em direção ao alto. Caminharam o dia inteiro e ao anoitecer chegaram a uma grande Taba, com inúmeras choças ao redor de uma grande construção, ao centro. Haviam chegado à morada dos caingangues, a sua aldeia, local depois chamado de “Campo dos Bugres”, origem remota da cidade de Caxias do Sul.
Importante dizer que duas expedições de socorro foram formadas; a primeira com colonos vizinhos e a segunda já com militares que vieram de São Leopoldo. As equipes de resgate andaram pela densa floresta; encontraram os vestígios deixados por Valfrida, mas em nenhum momento chegaram a encontrar e prender algum bugre, que pudesse oferecer algum caminho a seguir. As expedições resultaram infrutíferas. Depois de algum tempo, na ausência de notícias, Lamperto deixou de ter esperanças e vendeu sua propriedade, a um preço bastante baixo.
Na próxima coluna, ao encerrar a história, declinarei as fontes de pesquisa e apoio.

Fonte: Facebook e Coluna no Jornal Progresso de 8 de dezembro de 2017.

Recordando o passado: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 4


Sigo ao norte e continuar escrevendo a história de “Luiz Bugre” impõe uma simples pausa: o seu nome como civilizado. LUIZ ANTÔNIO DA SILVA LIMA foi-lhe dado e, pergunto, aos auspícios de quem? Aos onze anos de idade foi acolhido por Matias Rodrigues da Fonseca, após ferido em refrega armada. Em 1849 foi batizado e recebeu este pomposo nome. Qual a origem deste nome, especialmente os apelidos de família: DA SILVA LIMA. Creio interessante estes esclarecimentos, ainda mais quando estamos numa retrospectiva histórica.
O “da Silva”, advém do latim e significa “selva”, e dando conotação a uma pessoa de origem imprecisa, sem um nome de família. Por outro lado, muitos portugueses que vinham para o Brasil em busca de vida nova, pelos problemas enfrentados na antiga metrópole, adotaram o “Silva” para se beneficiar do anonimato que o sobrenome comum oferecia. A origem dos “Silvas” é controversa, mas tudo indica que o sobrenome surgiu no Império Romano para denominar os habitantes de regiões de matas e florestas que se refugiavam das lutas, justamente na península Ibérica 
O sobrenome Lima surgiu em Portugal e é considerado de origem toponímica, ou seja, de origem geográfica. O nome vem do Rio Lima e localidades adjacentes. A origem da palavra vem do latim “limes” que significa cercas destinadas a proteger a fronteira ou fortificações militares romanas. O Rio Lima, que deu origem ao sobrenome, tem uma certa lenda que diz que quem atravessasse este rio ficaria esquecido de tudo. Durante a Idade Média, era comum nomear famílias de acordo com lugar onde viviam.
O padre que batizou “Luiz Bugre” e Lamberto Vesteg (por ser aristocrata) conheciam o latim e da necessidade de uma pessoa receber um apelido diferencial de identidade.
“Luiz Bugre” preferia correr os matos e caçar, no que empregava longas horas do dia. Às vezes ausentava-se por semanas; voltava trazendo sempre carne e peles de animais bravios. Já adentrando a idade adulta, certo dia, desapareceu e por longo tempo; todos julgavam tivesse retornado para os de sua raça; inopinadamente voltou para junto de seu guardião. Havia feito uma excursão pelas terras de Santa Catarina; voltou acompanhado por uma consorte, com matiz da pele e estatura, semelhantes a sua: Índia ou cabocla; a dúvida persististe até hoje.
Depois de sua volta e por longo tempo, Luiz Bugre participou de atividades de caça junto a um colono. Nestas andanças encontrava com outros indígenas e acabou como intermediário entre eles e os colonos. Estabeleceu um escambo entre produtos como mel, peles e aves por espelhos, facas de metal, açúcar e sal. Acabou acreditado dos dois lados da antiga relação entre os imigrantes conquistadores e o nativo oprimido.
Luiz teve algumas desavenças com colonos. Por isso, instalou-se mais ao norte, próximo às nascentes do Arroio Forromeco, ao pé do Morro da Canastra. Desta forma, se afastou relativamente das colônias. Mas continua a relacionar-se com os moradores e com os indígenas nas matas. Vagueia pela floresta ou visita as vendas destes rincões, trocando objetos, enquanto deixa a mulher e um par de filhos aos próprios cuidados. Em qualquer parte que vá, o acompanha uma forte matilha de cães ferozes que o fizeram deveras temido. Mas, justiça lhe seja feita: tem os bichos na mão, atendem prontamente a seu assovio e temem mais sua voz que seu chicote.
Lamberto Von Versteg já morava ha mais de dez anos com sua família na região de São Vendelino (parte alta do Forromeco), quando resolveu participar de uma quermesse em São Sebastião do Caí. Consta que Luiz Bugre soube e foi à propriedade dos Versteg; encontrou a esposa (Valfrida) e os filhos de Lamberto. Orientou que colocassem um pano branco no telhado, para que os índios do mato não lhes fizessem mal, pois seria esse o sinal de que aquela casa era amiga. Foi o que Valfrida fez. Um pouco mais tarde o rancho foi atacado por um grupo de índios, que os levaram prisioneiros; ainda roubaram animais e utensílios domésticos. Antes de partir, colocaram fogo na propriedade. Quando do retorno de Lamberto, encontrou a casa em brasas e a ausência da família.


A foto retrata o Arroio Forromeco em sua parte alta.

Fonte: Facebook e Coluna no Jornal O Progresso de  1º de dezembro de 2017.

Recontando a história: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 3



Apraz-me trazer a consideração do caro leitor fatos que envolveram os bugres de nossa região. Emprego a palavra bugres, sem conotação pejorativa, simplesmente porque assim os indígenas eram chamados naquele tempo. Gostaria de iniciar o meu escrito, relatando duas tragédias com imigrantes alemães. Primeiro, registro a história de Lamberto Von Versteg, sobrenome que adotou ao aportar no Brasil, em 1858. Antes chamava-se Lamberto Von Steg, aristocrata, descendente dos Condes de Von Amerongen. Adotou este novo apelido de família por se ver privado da fortuna e do título nobiliárquico.
A Colônia de Santa Maria da Soledade, atualmente abrangendo os municípios de São Vendelino, Barão, Carlos Barbosa e Harmonia, foi fundada em 1857 pela Sociedade Montravel, Silveiro & Cia, às margens do Arroio Forromeco. Esta empresa dividiu a grande área, desde o Forromeco Superior até a região leste, montanhosa – hoje Linha Francesa, em Barão, em inúmeros lotes, aptos a serem negociados.
A administração da nova colônia ficou sob os cuidados do Major Káten, também alemão, de uma cidade ao longo do Reno. Sabendo da chegada de uma nova leva de imigrantes, o major esteve em São Leopoldo, no prédio da Feitoria Velha onde encontrou Lamberto Von Versteg. O simples primeiro contato foi o suficiente para seduzir o recém-chegado a adquirir um lote na nova colônia.
Lamberto era amante das montanhas, por isso escolheu seu lote colonial entre os morros do Diabo e da Canastra, de onde se descortinava o belo panorama do vale do Forromeco. No alto da montanha, no coração da mata virgem, constroem uma casinha e passam a cultivar uma lavoura. Depois compram uma vaca de leite, umas galinhas, porcos e aos poucos, ele e a família, vão sobrevivendo. Em poucos anos a lavoura e a criação prosperaram e a família vivia muito feliz. 
Abro um parêntesis, para contar a trajetória de Lamperto até a constituição da família e a vinda para o Brasil, mesmo que tenha que retardar a conclusão das histórias, a que me proponho. Creio que o leitor, mesmo na singeleza de uma coluna, deva conhecer um pouco mais dos protagonistas daquilo que se conta.
Pois bem, segue lá: Lamberto, ainda Von Steg, mas já despojado do título de nobreza, adoeceu severamente quando visitava a Holanda. Foi internado e no hospital conheceu a diaconisa Valfrida Bloom, que o assistia como enfermeira. Ela literalmente roubou-lhe o coração – uma verdadeira história de amor. Aceitou o convite de casamento e o enlace aconteceu não muito depois. O casal foi abençoado com dois filhos: Jakob (Jacó), nascido em 1854 e Maria Lucila, que chegou ao mundo em 1856. 
Já no Brasil, ocupando o seu lote na colônia, a família experimentou agruras diferentes e uma tenaz luta pela sobrevivência. Na sua terra, área que depois viria a pertencer à Vila de São João do Monte Negro, passaram a enfrentar a resistência indígena. E assim, em 1847 começa a história de “Luiz Bugre”, apelido que recebeu dos colonos. Diversos ataques dos bugres aconteceram. Eles não apenas devastavam as plantações, mas também lhes pilhavam o gado. Os moradores decidiram, então, organizar um plano: Ao primeiro indício dos indígenas, os colonos seriam imediatamente avisados e os receberiam a espingarda: com sal ou chumbinhos e dariam-lhes uma recordação, inesquecível.
Num determinado dia o alarme foi dado e os vizinhos reunidos. Os colonos rapidamente dispuseram-se em linha de ataque. Para impedir a inopinada evasão da horda que de nada suspeitava, cercaram-na em sem-circulo, protegidos pela densa folhagem da mata. Tudo em silêncio. De improviso um grito, logo dezenas de berros de mistura com as deflagrações dos rifles temidos. Indizível o pânico que subjugou os índios. Fugiram tropeçando, caindo, derrubando-se mutuamente. Voaram morro abaixo e no vale se jogaram nas águas tranquilas do Caí e desapareceram. Um menino indígena (11 anos de idade), foi atingido no joelho, impossibilitando sua fuga e acabou prisioneiro. Esse índio foi acolhido por Matias Rodrigues da Fonseca, de origem portuguesa, mas firmemente integrado à colônia alemã. Dois anos depois, em 1949, foi batizado na religião católica, como Luís Antônio da Silva Lima e ganhou o apelido de “Luiz Bugre”. Aprendeu o português e o alemão, mas jamais conseguiu integrar-se plenamente ao viver dos colonizadores.
Sombrio e taciturno, encontrava na mata, no “habitat” natural; em contato com a natureza encontrava força de viver e compartilhar as coisas do civilizado. Sua mágoa aflorava constantemente e, no avançar da idade, o seu comportamento foi mudando. Daqui continuaremos na próxima semana.

Fonte: Facebook e Coluna no Jornal O Progresso de  24 de novembro de 2017.

Recontando a história: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 2


“Relativamente a este município, podemos documentar também o seguinte sobre os bugres, constante do registro de officios do 1º suplente em exercício do Delegado de Polícia, do município de Triumpho, em 1847, sr. João Antonio Correa:
Ilmº Snr. Neste momento me foi communicado pelo Sr. Sub-delegado e Polícia do 1º districto desta villa, por participação que teve do inspector do 6º Quarteirão do 1º Destrº João Vieira de Araújo, que no dia 6 do corr°, foi atacada pelos BUGRES a Caza de Augusto Francez, no Maratá, resultando matarem um pardo e levarem com sigo uma China de nome Maria Rita, com 2 filhos pequenos; por isso cumpre q. V.S. desenvolvendo a sua bem conhecida activid° e energia aprol do bem Público e as ordens q. do Exmo. Governo Provincial lhe tem sido transmitidas a semelhante respeito, se esforçará em perseguir esses Selvagens a ver se conseguir punir a sua barbarid°, e resgatar aquelas infelizes criaturas que elles conduzem”.
Correspondência encaminhada pelo Tenente Antonio Franco, em 07 de janeiro de 1847, ao Delegado de Polícia da Vila de Triunfo, inserta na Monografia de José Candido de Campos Netto, página 85 da obra. Ao fazer a transcrição supra, preconizou-se mostrar a situação então vigente em nossa terra, em relação aos indígenas.
Os primitivos habitantes de Pindorama, como os índios chamavam a terra brasileira, vieram em três grandes correntes migratórias partindo da Ásia. A maioria das tribos brasileiras descende da primeira delas, conhecida como os “Primeiros Americanos”. As outras duas levas se limitaram à América do Norte.
Quando as ondas migratórias ocorreram, o Estreito de Bering, entre a Ásia e a América, estava congelado, e serviu como ponte entre os dois continentes. Uma simples ilustração para dar conta de como os BUGRES aqui chegaram. Eles vieram descendo, até a Terra do Fogo e então seguiram ao oeste, para dar com os costados na promissora terra “brasiliensis”.
Os tapuias (entre eles os Ibiraiaras) ocupavam boa parte do nosso litoral, especialmente para o lado sul. Ao tempo de 1500, os descobridores defrontaram-se com índios da etnia tupi, o que vale dizer que estes, vindos de uma leva posterior, mas da mesma corrente migratória, expulsaram os Ibiraiaras, confinando-os ao interior. Os tupis eram mais numerosos e estavam em estágio de civilização mais adiantado; eram mais poderosos.
Estes índios, repelidos para o centro, onde as condições de vida eram mais difíceis, com clima mais áspero, com menos abundância de animais para a caça e menor abundância de peixes, regrediram ainda mais em grau de cultura e poderio.
Dentre os da etnia jês-tapuias, descendentes do troco macro-jê, encontram-se os caingangues, índios que habitavam a Colônia de Santa Maria do Mundo Novo: foi uma colônia destinada à colonização, compreendendo o território dos atuais municípios de Igrejinha, Taquara e Três Coroas. Houve o rapto de uma criança por parte destes índios, fato que foi relatado em livro, com edição no acervo da nossa biblioteca. A história será contada na próxima coluna.

Fonte: Facebook e Coluna no Jornal O Progresso de 17 de novembro de 2017.



Recordando a história: Os bugres de nossa região (por Ernesto Arno Lauer) - Parte 1


Recordando a história

Foi então!
Nos idos de antigamente
Sempre desbravando
O luso branco apareceu
À margem do rio a dividir
A terra do Ibia.

Por longínquos anos, os índios Ibiraiaras ocuparam as terras à margem direita do “Caai”, estendendo-se em latitude e longitude por grandes espaços na geografia gaúcha. Os Ibiraiaras eram do grupo étnico gês-tapuias e na extremidade sul da colônia, estiveram próximos e sofreram a influência dos tupis guaranis especialmente quanto à língua e os costumes.
Em 1630, os jesuítas espanhóis, depois de terem instalado missões na região de Rio Pardo e Candelária, atravessaram os rios Taquari e Caí para catequisar os índios Ibiraiaras. Não lograram êxito; os indígenas desconfiavam dos espanhóis e dos tapes aldeados. Nesta refrega, acabaram por matar o jesuíta Cristóvão de Mendonza (recomendo a leitura de “Nação de Feiticeiros” – Eduardo Kauer). Houve uma expedição punitiva por parte dos índios missioneiros e aconteceu uma acentuada matança de Ibiraiaras; outros tantos foram aprisionados e vendidos como escravos.
Por incrível que pareça nestas tratativas, os Chefes Ibiraiaras descobriram um grande balcão de negócios: vender os da sua própria etnia aos portugueses. Laguna se caracterizou com o centro de compra e venda de índios Ibiraiaras, depois enviados para o sudeste, norte e nordeste brasileiro.
Os selvícolas que habitavam a região da grande IBIA trataram de deixar as áreas mais abertas (como as de nossa atual cidade), retirando-se para a mata superior, especialmente os lugares mais inóspitos, ao oeste e nordeste de Montenegro: Serra Velha, Batinga e a subir para o lado do “Campo dos Bugres”, hoje Caxias do Sul.
Os índios deixaram nossas plagas e foi a vez do gado bravio ocupar as boas áreas de pastagem e vegetação rasteira aqui existente. O gado (vacum, cavalar e muar) veio até aqui, impulsionado pela perseguição que os tropeiros, charqueadores e bucaneiros deram causa. Com o gado espalhado pela grande extensão das áreas de várzea e faxinal, os primitivos posseiros passaram da captura ao abate, salgando sua carne, para posterior venda. Surgem as primeiras Charqueadas na terra que hoje chamamos de Montenegro.
Recontar a história é pesquisar, divagar, comparar e seguir passos investigativos diferentes, de tantos outros que já contaram um tanto dos primórdios de nossa terra. Trata-se de uma adequação, com as nuances próprias de uma nova busca. Pois bem, relata a história que os Ibiraiaras eram ladrões e perigosos. Não eram conhecidos por INDIOS, mas sim por BUGRES.
Bugre é uma denominação dada a indígenas por serem considerados não cristãos pelos europeus. A origem da palavra, no português brasileiro, vem do francês bougre, que, de acordo com o Dicionário Houaiss, possui o primeiro registro no ano de 1172, significando "herético". Desta forma, o vocábulo passou a ser aplicado, também, para denotar o indígena, no sentido de "inculto", "selvático", "estrangeiro", "pagão", e "não cristão".
Esta concepção envolve forte valor pejorativo aos nossos primitivos habitantes. Os colonizadores de nossa terra chegaram a contratar atiradores profissionais, OS BUCANEIROS – por causa da arma usada – para expulsar os bugres da nossa região.

Fonte: Facebook e Coluna no Jornal O Progresso de 10 de novembro de 2017.

Dica de Leitura: Cobiça


Um ano e meio se passou desde que Makedde Vanderwall foi a única entre nove mulheres a escapar de um serial killer na Austrália. Mas, ainda que a jovem queira esquecer o que houve, as recordações continuam a assombrá-la. Principalmente quando ela retorna àquele país para testemunhar no julgamento do 'Assassino do Salto Alto'.
Após o veredito, Mak acredita que a justiça foi feita e que a história terminou para sempre. No entanto, algo impensável acontece: com a ajuda de um cúmplice de quem ninguém poderia suspeitar, o maníaco está de volta às ruas, disposto a tudo para não deixar que a bela modelo lhe escape mais uma vez. Aterrorizada, Makedde ignora o conselho de seu ex-namorado, o detetive Andy Flynn, e deixa a Austrália. Ela só não conta com o assédio da mídia, que compromete a segurança dela e acaba revelando seu paradeiro ao criminoso. Onde se esconder? Em quem confiar? Será esse o momento para o ajuste de contas entre Makedde e o homem que transformou a vida dela em um pesadelo cruel? Ou finalmente o assassino vai fazer sua décima - e mais desejada - vítima? Descubra Cobiça, uma trama surpreendente, sexy e cheia de ação, que vai tirar o seu fôlego.

Fonte: Saraiva

Dica de Leitura: Os homens que não amam as mulheres


Vem da Suécia um dos maiores êxitos no gênero de mistério dos últimos anos: a trilogia Millennium - da qual este romance, 'Os Homens que não Amavam as Mulheres', é o primeiro volume. Seu autor, Stieg Larsson, jornalista e ativista político muito respeitado na Suécia, morreu subitamente em 2004, aos cinqüenta anos, vítima de enfarte, e não pôde desfrutar do sucesso estrondoso de sua obra. Seus livros não só alcançaram o topo das vendas nos países em que foram lançados (além da própria Suécia -onde uma em cada quatro pessoas leu pelo menos um exemplar da série -, a Alemanha, a Noruega, a Itália, a Dinamarca, a França, a Espanha e a Inglaterra), como receberam críticas entusiasmadas.
Um dos segredos de tanto sucesso é a forma original com que Larsson engendra a trama, conduzindo-a por variados aspectos da vida contemporânea: do universo muitas vezes corrupto do mercado financeiro à invasão de privacidade, da violência sexual contra as mulheres aos movimentos neofascistas e ao abuso de poder de uma maneira geral. Outro é a criação de personagens extremamente bem construídos e originais, como a jovem e genial hacker Lisbeth Salander, magérrima, com o corpo repleto de piercings e tatuagens e comportamento que beira a delinqüência. O terceiro é a maestria em conduzir a narrativa, repleta de suspense da primeira à última página.
'Os Homens que não Amavam as Mulheres' é um enigma a portas fechadas - passa-se na circunvizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. 
Quase quarenta anos depois o industrial contrata o jornalista Mikael Blomkvist para conduzir uma investigação particular. Mikael, que acabara de ser condenado por difamação contra o financista Wennerström, preocupa-se com a crise de credibilidade que atinge sua revista, a Millennium. Henrik lhe oferece proteção para a Millennium e provas contra Wennerström, se o jornalista consentir em investigar o assassinato de Harriet. Mas as inquirições de Mikael não são bem-vindas pela família Vanger. Muitos querem vê-lo pelas costas. Ou mesmo morto. Com o auxílio de Lisbeth Salander, que conta com uma mente infatigável para a busca de dados - de preferência, os mais sórdidos -, ele logo percebe que a trilha de segredos e perversidades do clã industrial recua até muito antes do desaparecimento ou morte de Harriet. E segue até muito depois... até um momento presente, desconfortavelmente presente.

Fonte: Saraiva

Personagem da Rua: Capitão Jacob Franzen


Reconhecido como herói da Guerra do Paraguai, Jacob Franzen nasceu na Linha Hortêncio, município de São Sebastião do Caí, em 2 de junho de 1844, logo em seguida, passou a residir em Montenegro.
Era filho de Matias e Suzana Franzen. Contraiu matrimônio com Maria Koch, nascendo dessa união onze filhos: João Pedro, Carlos Emílio, Pedronilda Hortência, Antônio Leopoldo, Maria Aurélia, Frederico Alfredo, Ana Guilhermina, Catarina Adelina, Edmundo Augusto, Jacob Felipe e Alberto Rosendo. 
Apresentando-se como voluntário, Jacob Franzen lutou bravamente durante toda a Guerra do Paraguai, de 1865 a 1870. Iniciou no 2° Corpo de Caçadores com o posto de Alferes. Mais tarde, passou a integrar o Corpo de Pontoneiros, atingindo o posto de Capitão. Como recompensa pelos atos de bravura, o Governo Brasileiro premiou-o com o Diploma da Medalha Geral da Campanha do Paraguai e com o Diploma da Medalha do Mérito Militar. Além de receber duas medalhas do governo argentino, Franzen foi nomeado Cavaleiro da Ordem da Rosa pelo Imperador Dom Pedro II.
Jacob Franzen faleceu em 17 de outubro de 1912, em Montenegro. Seguindo seu pedido, foi enterrado com a farda da extinta Guarda Nacional. Uma das ruas de Montenegro tem seu nome conforme a Lei número 1704/66.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua



Personagem da Rua: Capitão Jacinto Fernandes


O Capitão Jacinto José Fernandes era filho de Januário José Fernandes e Constança Carlota Ivo Fernandes. Jacinto nasceu a 23 de novembro de 1836, em Montenegro. De sua união matrimonial com Flora Ribeiro nasceram seis filhos: Amaro, Januário, Antônio, Orsina, Saul e Zilda. 
Fazendeiro por tradição possuía uma fazenda localizada em “Segredo”, no município de São Sebastião do Caí. Tomou parte ativa na Guerra do Paraguai no posto de Capitão. Retornou dois anos antes do término da Guerra por haver contraído a peste que grassava entre os soldados. 
Foi sócio fundador do Clube Abolicionista em Montenegro, em 1884, e um de seus mais entusiasmados organizadores. 
O Capitão Jacinto Fernandes faleceu em Montenegro a 16 de setembro de 1910, com 73 anos de idade. Seu nome foi dado a uma das ruas do bairro São Pedro, conforme Lei número 1704/66, da Prefeitura Municipal. 


Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua




Personagem da Rua: Capitão Cruz


Antônio Pires da Cruz nasceu em Lajeadinho, no município de Montenegro, a 15 de abril de 1838. Era filho dos portugueses, Antônio Joaquim da Cruz e de Severina Pires da Cruz.
De seu casamento com Maria Selima Pires, nasceram quatro filhos: Maria Luiza, Pompeu, Maria da Glória e Antônia. 
Em 1873, quando Montenegro se emancipou de Triunfo, Antônio Pires da Cruz foi vereador da primeira Câmara Municipal. Em 1890, uma junta administrativa foi incumbida de gerir os destinos do Município e Antônio Pires da Cruz integrou essa comissão, juntamente com Felisberto Porfírio de Souza e Bento Rodrigues da Rosa.
Como Tenente-Coronel, foi comandante do 44° Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional. Em 5 de setembro de 1892 foi nomeado Intendente Municipal. Foi político influente e chefe de uma ala do Partido Liberal.
Antônio Pires da Cruz, com sua comprovada honestidade, prestou relevantes serviços. Faleceu em Lajeadinho, em 15 de julho de 1920, aos 82 anos de idade. Em sua homenagem, a Rua do Imperador passou a denominar-se Capitão Cruz, por Ato de 24 de dezembro de 1890.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua






Personagem da Rua: Campos Neto


Nascido em Santo Antônio da Patrulha no dia 25 de novembro de 1880, José Cândido de Campos Neto era filho de José Cândido de Campos de Campos Júnior e Clarice Selistre de Campos.  De seu primeiro casamento com Adelina de Almeida, nasceram dois filhos: Odete e José Maurício. No segundo casamento, com Georgina Andrade Neves, nasceu uma filha: Consuelo. Campos Neto foi diretor do jornal O Progresso, deixando poesias e peças teatrais. 
Foi amante da história e sempre se interessou em deixar registros históricos. Escreveu a Monografia de Montenegro em comemoração aos 50 anos de emancipação política do Município. Além disso, deixou sua marca como excelente orador de festas cívicas e sociais. Foi presidente do Clube de Regatas Cruzeiro do Sul, sócio benemérito do Futebol Clube Montenegro e sócio honorário do Esporte Clube Esperança. Atuou também como advogado no Município e secretário municipal. Nesta função, Campos Neto registrou, nos relatórios dos Intendentes dirigidos ao Conselho Municipal, boa parte da história montenegrina. 
Faleceu em Porto Alegre onde residiu seus últimos anos, no dia 22 de junho de 1963.
É Patrono da Estrada da Costa, no bairro São Paulo, conforme Lei número 2083,de 5 de dezembro de 1977-Prefeitura Municipal. 

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua



Personagem da Rua: Bento Rodrigues da Rosa


Bento Rodrigues da Rosa nasceu em Harmonia em 1851, época em que a localidade ainda pertencia à Montenegro. Era filho de José Luís Rodrigues da Rosa e Leonor Rodrigues Machado Rosa. Casou com Maria Antônia Inácio de Oliveira. Dessa união, nasceram: Maria Leonor,  Naura (Cindoca), Ester e Otelo Rosa. 
Com destacada atuação política, desempenhou funções de agrimensor e coletor estadual. Foi um dos fundadores do Clube Republicano, em Motenegro, no dia 9 de setembro de 1888. Fez também parte da comissão que organizou os estatutos e da equipe incumbida do primeiro alistamento de eleitores. 
Quando o Governo Provisório do Rio Grande do Sul nomeou uma Junta Municipal para administrar Montenegro, Bento Rodrigues foi um dos integrantes, juntamente com Felisberto Porfírio de Souza (Capitão Porfírio) e Antônio Pires da Cruz (Capitão Cruz). Foi nomeado delegado de polícia de Montenegro pelo Visconde de Pelotas.
Bento Rodrigues da Rosa faleceu em Montenegro em 27 de novembro de 1926, aos 75 anos de idade.
Patrono de uma rua do Município conforme Lei número 2121 de 2 de janeiro de 1979. 

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Bernardo Griebeler


Bernardo Griebeler nasceu em Santa Josefa, Santa Cruz do Sul, em 11 de novembro de 1863. Era filho de imigrantes alemães, Paulo e Marli Griebeler. Casou-se com Guilhermina Becker, nascendo desta união os filhos Miguel, Alfredo, Adolfo Edmundo, Erna, Eli, Elsa, João, Oscar Felix, Urbano e Afonso. 
Aos 7 anos de idade, juntamente com seus familiares, veio residir em Montenegro, sendo um dos primeiros moradores desta localidade. 
Comprou uma sapataria onde os calçados eram confeccionados à mão, puro artesanato. 
Em 1897, abriu uma armazém de Secos e Molhados, em casa por ele adquirida na Rua Ramiro Barcelos, 1625.  Era das mais antigas casas de negócio de Montenegro. 
Bernardo Griebeler era inspetor de quarteirão e, como tal, devia solucionar qualquer irregularidade ou desavença que ocorresse naquele setor ou mesmo apaziguar os ânimos. Foi sócio fundador mais novo do Clube Riograndense e o último a falecer. 
Desta sociedade, pelos bons serviços prestados, recebeu o Diploma de “Sócio Honorário”. Faleceu em Montenegro a 16 de janeiro de 1947, aos 84 anos de idade.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Dica de Leitura: Bat Pat (volume 1, 4, 5 e 6)





Fonte: Saraiva

Personagem da Rua: Assis Briasil


Joaquim Francisco de Assis Brasil nasceu em 29 de julho de 1857. A localidade de nascimento foi a Estância de São Gonçalo, no município de São Gabriel. Era filho de José de Souza Brasil e de Joaquina Teodora de Bem Salinas.
Assis Brasil foi casado duas vezes e teve 10 filhos. Em 1882, diplomou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Como historiador e poeta, deixou um grande número de obras: “História da República Riograndense”, “A República Federal” e “Cultura dos Campos”. Assis Brasil ocupou importantes cargos como, Deputado Provincial, Ministro do Brasil em Lisboa, Diplomata em Washington, Embaixador Extraordinário, Ministro Plenipo-tenciário em Buenos Aires e Ministro da Agricultura e Embaixador na Argentina.
Disputou a Presidência do Estado, com Borges de Medeiros, o que levou ao rompimento que deu origem à Revolução de 1923. Faleceu como ilustre homem público na estância de Pedras Altas, distrito de Pinheiro Machado, em 24 de dezembro de 1938. Em Montenegro, foi homenageado com o nome de uma rua, onde hoje está situado o Hospital Montenegro, em 24 de dezembro de 1890. Esta rua antes era denominada por
Boa Vista, nome dado por Tristão Fagundes, fundador de Montenegro.

Fonte: Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


Personagem da Rua: Aurélio Porto


Afonso Aurélio Porto nasceu em Cachoeira do Sul em 25 de janeiro de 1879. Era filho de Júlio Gomes Porto e Aurélia Guedes da Luz Porto. De seu casamento com Isaura Martins, nasceram os filhos Julio, Carlota, Maria, Aurélia, Izar e Olinda.
Aurélio Porto foi poeta, orador, historiador, genealogista, biógrafo, teatrólogo e jornalista. Dirigiu e foi redator de vários jornais do Estado. Colaborou em revistas econômicas, históricas, geográficas e outras. Foi membro fundador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Escreveu várias e importantes obras. Do partido republicano, do qual era membro atuante, recebeu cargos de alta responsabilidade.
Aurélio Porto assumiu a Intendência Municipal de Montenegro de 1920 a 1924. Deu especial atenção ao ensino. Reorganizou a Instrução Municipal. Criou, em 1921, o Colégio 7 de Setembro, que ministrava os cursos Elementar ou primário, aulas noturnas para adultos, curso cívico popular, por meio de conferencias sobre Historia, Geografia e fatos brasileiros e ainda um curso secundário comercial. Implantou o Imposto Único, como base de remodelação do sistema tributário. Este imposto valorizou os terrenos urbanos, obrigando os proprietários dos mesmos ao aproveitamento de largas áreas produtivas. A medida onerou os valores dos terrenos baldios, com isso aumentou o número de construções.
Durante o seu governo, a Comissão Rockfeller deu combate sistemático à verminose, que atingia a quase totalidade da população montenegrina. Para atestar sua passagem pela administração municipal, ainda está imponente o prédio da Prefeitura, desafiando o tempo. Construído de pedra grés, no estilo renascença, foi o Palácio Municipal inaugurado em 7 de setembro de 1922, por ocasião das festividades comemorativas ao Centenário da Independência do Brasil. Esta obra perpetuou Aurélio Porto nos anais montenegrinos. Em frente ao prédio da Prefeitura, foi construído outro, de real importância para obrigar o Quartel Municipal. 
Aurélio Porto faleceu em 11 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro. Para Homenageá-lo, o Governo do
Estado deu o nome de Aurélio Porto a um grupo escolar da sede e a prefeitura o fez patrono de uma rua, conforme a Lei número 1699/66.

Fonte: Traços Biográficos de Elisa Moojen Arpini e Jornal Ibiá (Editora Ibiá Ltda.) - Especial Personagem da Rua


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