Dica de Leitura: Selma e Sinatra


Em Selma e Sinatra, Martha Medeiros apresenta duas mulheres em busca de suas verdades mais íntimas. Guta é uma jornalista de 41 anos que passa por um momento difícil na carreira, além de colecionar romances mal resolvidos com homens casados. Acreditando em uma guinada na vida, ela decide escrever a biografia de Selma, uma grande cantora, já idosa. O quarto de Selma, ao mesmo tempo simples e sofisticado, é o cenário dos encontros entre elas. Guta acredita que, a partir daquelas sessões, nascerá a biografia de uma das mais importantes vozes do país. Para a escritora, o livro é a chance de criar um futuro promissor, muito diferente da vida que levou até então. Ao ligar o gravador, no entanto, Guta se surpreende: a primeira pergunta não é dela, mas sim da entrevistada. “O que é que pode vir a interessar os outros?”, questiona Selma. A estrela da música brasileira insiste em mostrar que levou uma vida feliz, mas se nega a revelar seus detalhes. Guta, intrigada, se propõe a extrair a verdadeira face da imaculada senhora. Selma define: “A convivência humana é um teatro sem fim.” O quarto aos poucos se transforma num palco de enfrentamento, onde — sob a lente precisa de Martha Medeiros — biógrafa e biografada empreendem a busca por uma essência, confrontam suas próprias verdades e desnudam seus vários personagens.


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